A verdade é dura e a opinião é sempre pessoal (e nem sempre politicamente correta), mas para mim as melhores conversas acontecem nos botequins, ou na casa de amigos/familiares queridos regada a cerveja e aperitivos gordurosos. Esse é o momento que deixamos o puritanismo de lado e aproveitamos para botar o papo mais cabeça e o mais idiota do mundo em dia.
Não que em outros momento e ocasiões não possamos nos divertir, mas...
Bom, dentre os diversos assuntos e temas, obviamente um dos mais recorrentes são viagens (juntamente com futebol, política e religião, pois senão a conversa não tem graça) e ultimamente tenho percebido uma mudança muito interessante nas conversas sobre viagem. Possivelmente pela melhora na qualidade de vida da maioria das famílias, as viagens tem se tornado mais freqüentes e, por conseqüência, os padrões de comparação tornam-se bem maiores.
No entanto, talvez pelo resquício do passado onde se viajava pouco (ou nunca) o padrão de comparação entre viagens se tornou algo muito costumeiro e às vezes nocivo.
As mais usuais comparam praias, estados ou até países. Por exemplo: quando amigos estão por decidir por uma viagem no Nordeste, a pergunta corriqueira é: “Você acha que eu deveria ir à Maceió ou Natal?” (que pode ser trocado por Recife e Salvador, Espanha e França, etc) Ora, tanto Alagoas quanto Rio Grande do Norte são estados fantásticos com passeios incríveis, mas é impossível saber se você gostará mais da Praia do Gunga ou a da Pipa.
Aliás, após a visita aos dois lugares surge a afirmação (muito mais perigosa do que pergunta): “Eu gostei muito mais de Natal do que de Maceió, tem muito mais coisas para ver e fazer!”
Ora, ambas as cidades/estados tem belezas naturais e passeios incríveis (e incomparáveis), afinal, é possível saber se Londres é mais interessante do que Paris ou Praga? Na minha modesta opinião não. São lugares com belezas e costumes distintos e devem ser aproveitados cada um da sua forma, afinal, uma viagem é diferente da outra (mesmo que você viagem para o mesmo lugar várias vezes).
Eu e minha esposa tomamos um preceito e tentamos seguir na medida do possível: aproveitar cada viagem de mente aberta, recebendo tudo o que ela tem a nos oferecer. Você verá como elas ficam muito mais interessantes quando não tem o vulto de outros lugares ou as histórias que já aconteceram naquele local.
Mas é claro que na conversa de botequim as discussões acaloradas sobre viagens tem que aparecer juntamente com futebol, política e religião.
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